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28
Set24

E séries?

Cláudia F.

 

Estou a rever Sopranos. No espaço de 4-5 anos é a terceira vez. Durante muito tempo resisti-lhe. Acreditava que o tema "máfia" se esgotava rapidamente, e após os filmes clássicos que toda a gente já viu pelo menos uma vez na vida, duvidava do que teria de tão fascinante ou original. Ser uma criança quando a série iniciou também não ajudou. Imaginava que fosse só violência, perseguições policiais e intrigas entre grupos. Sucede que o meu eterno camarada venera Sopranos e num momento de "não há nada de jeito para ver" seguiu-se um "vamos ver Sopranos, por favor, é agora, tu vais adorar!". E lá lhe fiz a vontade (depois da nossa filha é capaz de ter sido a melhor coisa que o homem me deu). Adiante, não vou estar a debitar reflexões sobre esta obra-prima das séries de televisão, até porque análises e criticas feitas por gente entendida há por aí aos pontapés. A verdade é só uma: The Sopranos é a melhor série de sempre e não levo a sério qualquer pessoa que tenha uma opinião diferente. Não quer isto dizer que não existem outras séries excelentes. Mas nenhuma atinge o brilhantismo que Sopranos encerra e é este brilhantismo que nos faz regressar para assistir com fascínio, uma e outra vez, à imensidão de conceitos, ideias e emoções que são exploradas naqueles episódios. 

Decidimos rever a série após vermos o documentário que a HBO lançou este mês com David Chase, o criador da série. Acho que vai acontecer a muita malta o estranho e maravilhoso fenómeno chamado: saudade. É uma série tão marcante que a sentimos como se fosse um membro da família. Rimos, sofremos e choramos com ela. Logo, também temos saudades. Ver o documentário lembrou-nos que era bom combinarmos um jantar, ou neste caso rever, porque não se levam séries a jantar fora. Aconteceu-me o mesmo depois de ver o filme The Many Saints of Newark.

É um documentário bonito que aquece o coração e nos relembra que, às vezes, as mentes mais perturbadas (e a necessitar de terapia) são aquelas que nos oferecem verdadeiras obras-primas.

Há uma cena na história de Tony Soprano. Há o antes e o depois de ver The Sopranos. O mundo divide-se entre aqueles que viram, sentiram e compreenderam; os outros que viram e não perceberam patavina;  por fim há o grupo dos que ainda não viram, nem a série, nem a luz (das séries, tipo têm a possibilidade de entrar no paraíso e obter sabedoria televisiva e cinematográfica a um nível só existente naquelas seis temporadas e não passam do limbo). Estão à espera do quê?

20
Jun24

E séries?

Cláudia F.

Oz é uma das minhas séries preferidas de sempre. Tirando uma temporada meio experimental (que ainda assim não prejudica o todo) é uma obra-prima. Tem seis temporadas e está disponível na hbo max. O enredo gira em torno de uma prisão que tem uma ala-projecto, Emerald City, em que o responsável tenta implementar medidas mais humanas e empáticas no dia-a-dia dos presos, maioritariamente condenados por crimes violentos relacionados com gangs, drogas, alcoolismo, abuso sexual. Oz pertence aquela época em que uma série nos fazia reflectir fortemente sobre a sociedade em que nos inserimos, a complexidade moral sobre como lidar com o crime e a penalização, o debate sobre a origem do mal e as medidas de reabilitação, o meio como molde para a existência humana...Enfim, o que não falta são possíveis reflexões conforme vamos avançando nos episódios e as histórias das personagens se vão solidificando. Não há heróis e vilões, tão pouco serve como aconchego depois de um dia de trabalho. É desconforto e crueza mas em bom.

Ando a ver outra série, disponível aqui, que me recorda Oz e SOA. A acção não decorre dentro de uma prisão, mas a prisão em Kingstown é parte fulcral da narrativa; existe toda a questão de gangs, criminosos violentos, e de como os órgãos de poder controlam, minimizam ou maximizam os seus actos, mediante os seus próprios interesses. É o clássico jogo de poder entre políticos e a rua. Está muito bem estruturada. São três temporadas, até agora, que me têm satisfeito a ausência deixada por outras grandes séries (menos filosofia e mais explosões, não se pode ter tudo não é?). O centro de poder é o presidente da câmara lá do sítio, Mike McLusky, que é também ex-condenado e um homem com amizades curiosas. O actor Jeremy Renner é um homem cheio de classe, gostei muito do trabalho dele em Wind River e em Arrival (um favorito). 

Podendo e querendo: vejam Oz. E depois vejam Mayor of Kingstown.

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