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Abr24

Misericórdia de Lídia Jorge

Cláudia F.

De Lídia Jorge só tinha lido um conto que está presente na colectânea Vinte Grandes Contos de Escritoras Portuguesas.

Peguei em Misericórdia por fazer parte do grupo de leitura da biblioteca que frequento. Não estava com muita vontade (tínhamos lido recentemente Leite Derramado que, como já aqui contei, abandonei). A forma como se olha para os lares de idosos e estes são retratados segue, grosso modo, uma linha populista e sentimentalista de reforço à ideia de abandono e culpa que não me interessa minimamente.

Por isso vou destoar de todas as críticas espectaculares e maravilhosas que fui lendo até agora. Não é que tenha sido uma leitura horrível ou dos piores livros que li, pois caso fosse teria sido igualmente abandonado. Influenciada pelas opiniões super positivas, fui insistindo sempre com esperança que a história a dada altura quebrasse o ritmo e me agarrasse. Nunca aconteceu. E nunca aconteceu porque a história não é nem original, nem cativante. Para mim é o tipo de livro que ecoa a necessidade do escritor em escrever para si próprio, às vezes dá lugar a obras bem bonitas, outras caem no esquecimento.

O tamanho do livro é um exagero. Cada vez mais valorizo livros que sendo pequenos nos oferecem complexidade e personagens com profundidade. O que não é o caso aqui. A história é um poço de lugares comuns sobre lares, idosos e os seus receios, conflitos existenciais e familiares. Acredito que seja um tema difícil de trabalhar mas esta opção apresentada soa-me preguiçosa. Colocando de lado a componente biográfica, que me parece um óptimo ponto de partida, fico com a sensação que sobra pouco se excluirmos o apelo à empatia. 

Pontos que me agradaram: o realismo ao relatar as várias situações entre os trabalhadores do lar e os idosos, principalmente na exposição das condições laborais, na ausência de formação adequada, na exploração de mão de obra imigrante e as rotinas, as actividades e projectos que procuram estimular não só a parte física como a psicológica e que segundo a Sra. Alberti são degradantes - levante-se aqui a problemática do "isto faz bem" vs "sinto-me idiota a fazer isto". O tom caricato que às vezes sobressai no texto ajuda a que a leitura não seja tão aborrecida.

Tenho Notícia da Cidade Silvestre em casa, comprado há uns bons anos. Não o vou ler tão depressa.

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