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Set24

Antifa em Quadradrinhos - 100 anos de Luta Antifascista de Gord Hill

Cláudia F.

Requisitei na biblioteca este Antifa em Quadradinhos. Continuo a tentar entrar no universo da BD, mas cada vez mais acho que não é a minha cena mesmo quando o tema tinha tudo para ser. É novamente o dilema do "não és tu, sou eu".

Talvez por não me apresentar nada de novo, como antifascista que sou, foi apenas uma leitura mediana. Penso que para quem desconhece como surgiram as lutas antifascistas, como se estabeleceram os núcleos de resistência durante as ditaduras, que acções foram postas em prática, etc., este livro é educativo, acima de tudo o resto. Reúne bastante informação histórica sem ser massacrante. Não gostei muito da parte artística, do estilo do desenho em si. O que vindo de alguém que não percebe grande coisa sobre banda desenhada, vale o que vale.

Toda a leitura tem mais valor se for para aprender qualquer coisa. Assim, indico este a todos os que falam da cena antifa como se tratasse de uma associação, que participa em manifestações e que os EUA consideram um perigo para a sociedade. Já tentei saber onde me posso fazer sócia da tal associação, mas depois percebi que não existe e que aquela retórica é só estupidez colectiva. Pessoas, digam todos juntos: antifa é só uma abreviatura, uma forma de um cidadão se identificar politicamente. Não há associação, nem grupo terrorista antifa*; antifas existem desde que o fascismo existe: antifas lutaram contra o fascismo na guerra civil espanhola, lutaram contra o nazismo na Europa e lutaram contra os movimentos nacionalistas dos anos 70-80, em França, na Inglaterra e um pouco por todo o mundo.  Todo o democrata é antifa. Ser antifascista é defender a democracia e os seus valores daqueles que idolatram o autoritarismo e a repressão. Foi necessário, é necessário e continuará a ser necessário. No fundo, só há duas opções. Ou se é fascista ou se é antifascista. E se alguém falha em compreender algo tão basilar, bem...Talvez já façam parte de um dos lados e não o queiram assumir.

* Caso tenha lido isto e pensado "ah mas os antifa são super violentos, são iguais aos neo-nazis! extrema-esquerda e extrema-direita é tudo igual" ou qualquer verborreia similar, apenas pergunto: quantos antifa atacaram cidadãos nos últimos, vá, 10 anos? E depois de pesquisarem e encontrarem um total de zero casos, façam a mesma pesquisa para quantos neo-nazis assassinaram pessoas, individualmente ou em ataques colectivos, para o mesmo período do tempo. Está entendido não está? Ora essa, não precisa agradecer. Volte sempre!

05
Abr24

Palestina, Uma Nação Ocupada de Joe Sacco

Cláudia F.

Sei que Palestina, Uma Nação Ocupada é uma das leituras mais aconselhadas para quem se interessa pela causa palestiniana ou para quem a desconhece e gostaria de aprender alguma coisa. Cruzei-me com ele num destaque da biblioteca sobre o conflito genocídio na Palestina e requisitei.

Irritou-me o tom de aborrecimento da narração - a quantidade de chás que o jornalista tem de tomar, as crianças chatas, e toda a restante conotação negativa associada aos palestinianos como se houvesse necessidade de equilibrar a balança para dar um tom mais neutro à demonstração do seu sofrimento. Nem anjos nem demónios, estão a ver? Compreendo também que isto faça parte da construção da personagem do jornalista, que até pode ser uma espécie de crítica à forma como os jornalistas lidam com países de culturas diferentes, etc., e para quebrar o tom sério da exposição das práticas horríveis do governo israelita. Para mim é uma abordagem imatura.

Tirando isto: gostei mais pela relevância e consciencialização que oferece sobre a Palestina do que propriamente sobre o seu valor literário. Como leitora não me acrescentou, mas isso é defeito meu.

Este livro data de 1993. Infelizmente não só continua actual como a situação em Gaza se agravou ao ponto de estar a decorrer neste momento um extermínio em massa e adivinhem? Ninguém quer saber. Bem, alguns tem desculpa pois têm em mãos situações gravíssimas para resolver. Tipo, os portugueses estão bué ocupados com choramingar primeiro e ter pequenos orgasmos agora com a alteração do logótipo da República, que é mesmo ultra relevante para a vida dos cidadãos, certo? É este o nosso nível como povo. Aliás se isto não é representativo das nossas prioridades no palco político, não sei o que será. Bem, estou a divagar. Como cedo me interessei pela história do povo palestiniano, cedo também procurei ler sobre ela. Encontrei algumas obras em alfarrabistas como: Cultura e Resistência de Edward Said e Memórias de Uma Aldeia Palestiniana Desaparecida de Mohammed Al Asaad. Ou Miral de Rula Jebreal e o mais recente Um Detalhe Menor de Adania Shibli.

Aconselho todos mais do que o do Joe Sacco. Desculpem-me os fãs da banda desenhada.

Artigo interessante sobre o Edward Said, uma das principais vozes palestinianas no Ocidente, aqui.

 

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