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Abr24

A Partir de Uma História Verdadeira de Delphine de Vigan

Cláudia F.

Andava desanimada com as leituras que fui escolhendo nas últimas semanas, prova dada pelas opiniões que debitei aqui, além dos que abandonei e não tenho mencionado. Talvez no final do ano faça uma lista desses pobres coitados.

A Partir de Uma História Verdadeira foi um empréstimo da biblioteca. Iniciei sem expectativas* e, pasmem-se, não só me surpreendeu como me entusiasmou ao ponto de não sossegar até o terminar. É desse tipo, um virar de página após página num entusiasmo crescente. Verdadeiramente prazeroso escrutinar as dualidades, nesta história cuja atenção se divide entre duas personagens, que podem ou não ser a mesma. Agrada-me muito esta dinâmica de não sabermos com toda a certeza qual é a verdade. Aliás, o que é a verdade, o que é a mentira, o que é real ou fantasia. Delphine envolve-nos de tal modo na teia que vai tecendo que só perto do final comecei realmente a questionar, e depois senti-me culpada por estar a duvidar do relato de narradora, como se ela fosse real (todos os nomes das personagens são nomes de pessoas reais, inclusive o da narradora que partilha nome com a autora do livro) e a história que estamos a ler partisse efectivamente de uma história verdadeira em que as vítimas, infelizmente, são rotineiramente questionadas e consideradas mentalmente perturbadas. O jogo entre ficção e auto-ficção, a problemática de existir sempre algo pessoal, que parte da existência do escritor e que, até de forma inconsciente, poderá passar para as suas obras, a crítica subliminar ao mercado editorial e até a nós, leitores, são temáticas muito bem exploradas neste livro - principalmente porque estamos tão embrulhados na relação entre a escritora e L. que mal damos conta que as sementes estão a ser plantadas ao longo da leitura e tudo vai germinando, até àquela última palavra com ponto final que me deixou de sorriso nos lábios pela leitura espectacular que Delphine de Vigan me proporcionou.

Se fui de imediato procurar outros livros da escritora? Ah, se fui! Comprei o Lealdades. Não o devo ler para já, vou fazer render este meu novo fascínio mais uns tempos.

* Ainda não mencionei mas eu não leio sinopses. No máximo passo os olhos pelo texto, apanho umas palavras e fico-me por aí. Principalmente quando são livros da biblioteca. Se os for comprar, aposto em escritores que já li e gostei, que fazem parte de listas de livros ou que aparecem referenciados mediante certos temas sobre os quais procuro ler. Por exemplo, comecei há uns anos a tentar comprar livros de escritoras portuguesas das quais só se encontra qualquer coisa em alfarrabistas. Tenho já alguns (uns em bom estado, outros nem por isso) dos quais não sei nada sobre a obra, por serem edições velhinhas (anos 30/40/50) e não terem sequer sinopse, nem se encontrar informação sobre estes livros online. Vou às escuras ou com pouca luz para grande parte das leituras que faço. Às vezes corre bem, outras nem por isso.

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